4- ELEMENTOS DA ASA- AILERONS E FLAPS
4.1 Localização na asa
Os ailerons e os flaps são elementos de controlo do aeromodelo, localizados na parte da asa junto ao bordo de fuga. Numa definição grosseira diríamos que são superfícies móveis e comandáveis!
FIG.4.1
Nos aviões reais, podem existir em cada semi - asa mais que um flap ou aileron. Muitas vezes o aileron contem em si outro ailerom menor para ajuste fino. Nos nossos modelos mais normais temos geralmente apenas dois ailerons, um em cada asa.
4.2 - O papel do aileron
FIG.4.2
O ailerom pode mover-se para cima ou para baixo do plano da asa, geralmente não mais de 30º. Por outro lado , a área destas superfícies de controlo estará entre 10 a 20 por cento da área total da asa nos casos mais vulgares
O papel do aileron é inclinar o aeromodelo em torno do seu eixo longitudinal, como se mostra a seguir.
FIG.4.3
Suponhamos o modelo em voo horizontal estabilizado (A - Visto de frente) e consideremos que fazemos o aileron da esquerda levantar e o da direita baixar (B). Isso vai dar origem ás forças figuradas em B, que dão origem a que o modelo gire em torno do seu eixo no sentido direita – esquerda. Claro que se invertermos a posição dos ailerons a inclinação vai ter o sentido contrário…….
Mas de onde vem esta necessidade? Porquê este meio de controlo do modelo em torno do seu eixo? Primeiro é necessário ter meios para corrigir o roll acidental do modelo, por outro….. consideremos um modelo que vai curvar. Ao fazer uma curva fica submetido a uma força centrífuga.
FiG.4.4
Consideremos o nosso modelo fazendo uma curva, no mesmo plano, apenas usando o leme de direcção, (ruder). Dependendo da massa e da velocidade do modelo verifica-se um grande desequilíbrio de forças devido ao aparecimento da força centrifuga. Todavia, se inclinarmos o modelo durante a curva esse desequilíbrio reduz-se imenso:
FIG.4.5
Note-se que nesta situação a composição de forças fica muito mais equilibrada graças á inclinação do modelo em torno do seu eixo longitudinal.
(Pela mesma razão os motociclistas se inclinam a si e á máquina numa curva)
Dada a função do ailerons, nos nossos modelos mais vulgares o seu comando implica sempre movimentos contrários na asa esquerda e na asa direita… um sobe e o outro desce.
4.3 – O papel dos Flaps
Ao contrário dos ailerons o movimento dos flaps é sempre o mesmo na asa direita e esquerda. O Flap tem por missão aumentar as forças de sustentação do modelo a baixas velocidades, ou seja no “takeoff” e no “landing”. Mostramos a seguir alguns tipos mais comuns de flaps.
FIG.4.6
No tipo “Plain” o flap é parte integrante da asa e apenas se move para baixo
No tipo “Split” o flap está encastrado na asa e sai para fora
No tipo “Fowler” o flap está encastrado na asa mas move-se na horizontal e para baixo, saindo da asa e aumentando a corda desta
Claro que em termos de aumento de sustentação, de Lift portanto, o tipo “Fowler” é o mais eficaz, mas também o de mais difícil construção nos nossos modelos. Em aeromodelos, o tipo mais comum, porque mais fácil, é o tipo “Plain”
Mas como pode este dispositivo aumentar o Lift???
Recordemos que há dois factores dos quais o Lift é muito dependente : o ângulo de ataque e o camber dos perfis.
Comparemos as seguintes situações:
Vamos supor o perfil normal com um ângulo de ataque AdA e um camber x
FIG.4.7
Portanto dáa-se um efeito de aumento de ângulo de ataque e camber efectivo. A Fig. seguinte mostra este efeito com maior pormenor
A que corresponde uma alteração significatia da curva CL-AdA
FIG.4.8
FIG.4.9
Esta figura representa melhor o efeito do aumento do ângulo dos Flap relativamente ao ângulo de incidência. Podemos notar que esse aumento se traduz numa subida da curva que representa Cl-AdA, ou seja, para o mesmo ângulo de ataque vamos obter maior Lift. Um outro aspecto é que o ângulo – AdA - necessário para chegar a CLmax diminui embora este aumente. Atentando á fórmula já conhecida para a velocidade teremos:
Vemos que aumentando CLmax o valor de Vestol diminui. Ou seja, podemos usar velocidades mais baixas e mais baixos ângulos de ataque na aproximação á pista e aterragens sem que o modelo perca a sua sustentação.